Uma pessoa que busque treinar para melhorar qualquer capacidade física, inclusive a força, como é caso da musculação, tem de ter em mente que em qualquer atividade temos uma interdependência entre volume e intensidade. Estas duas referências são inversamente proporcionais.
Ou seja, ou se da prioridade para a intensidade, ou se da prioridade para o volume. Imagine um corredor, se ele for correr uma maratona, de mais de 42 km, não pode iniciar a prova em ritmo de corrida de 100 metros rasos, pois assim não conseguirá completar a prova. Assim como se um corredor de 100 metros rasos for correr em ritmo de maratona, com certeza será o último colocado.
Entendendo a diferença entre volume e intensidade
Trazendo estes conceitos para a musculação, podemos dizer que volume diz respeito ao tempo de treino, número de repetições, velocidade e tempo de descanso. Já a intensidade é dada pela carga, velocidade de execução, tempo de descanso entre outros.
Como já mencionado no artigo sobre planejamento e periodização do treinamento no período básico, onde buscamos desenvolver a força e a resistência muscular necessária para que desempenhos melhores sejam alcançados no período seguinte devem ser prioridade.
Nesta fase, os treinos tem mais tendência de terem um volume mais elevado do que nas outras fases de treino.
São muito comum termos séries com menos carga e mais repetições, mas isso não é via de regra. Já nos períodos mais específicos, temos mais predominância da intensidade.
Diversas pesquisas demonstram que a intensidade é imprescindível para os ganhos de força e de hipertrofia.
Portanto, na musculação visando a hipertrofia, temos na intensidade o grande trunfo para conseguirmos os danos musculares necessários para a hipertrofia.
Então, quem acha que passar duas ou mais horas treinando é proveitoso, esta redondamente enganado.
Outras práticas esportivas tem mais dificuldades em diferenciar o que é volume e o que é intensidade. Mas na musculação estes valores estão muito claras e cabe ao treinador ou professor saber relacioná-las.
Mas então quer dizer que se tivermos um treino intenso, poderemos ter excelentes resultados com pouco tempo de treino? Posso dizer, de maneira evasiva, que depende. O volume também é importante, e muito.
Como já foi mencionado em diversos artigos, um dos métodos mais eficazes, comprovado tanto na prática como cientificamente é o método da falha concêntrica.
Apesar de ainda não ser unanimidade dentro da área acadêmica, e acredito que jamais teremos um método 100% aprovado por todos, é este método que a grande maioria dos fisiculturistas usa, pelo menos em algum estágio de sua preparação.
Assim, fica claro que o volume também é muito importante para a hipertrofia, em qualquer fase do treinamento.
Se ele não fosse, a pessoa colocaria o máximo de carga possível, executaria apenas uma vez o exercício, e conseguiria bons resultados.
Quem consegue de fato equilibrar esta interdependência, sem esquecer dos princípios da sobrecarga, da continuidade da adaptação e da individualidade biológica, além dos outros princípios que serão apresentados em artigos posteriores, terá resultados bastante satisfatórios.
Então fica claro que não existe uma fórmula ou receita para encontrarmos este equilíbrio.
Um bom profissional, que consiga aliar os conhecimentos e observações de suas reações ao treino pode encontrar este equilíbrio.
Ser bem assessorado é fundamental para que você não deixe nenhum destes princípios esquecidos. Bons treinos!
Bastante útil esse artigo.
Gostaria de receber novidades dessa nova forma de treino o Hirt