Em um estudo recente, tivemos a descoberta de um novo músculo no quadríceps. Veja mais informações sobre ele e como isso afeta o treino de musculação!
A ciência vive nos pregando peças e mostrando que não existem verdades absolutas, pois tudo depende da forma como vemos as coisas. Muito mais do que apenas fomentar o que já sabemos, a ciência vem mostrando novos caminhos e possibilidades. Na última década, tivemos uma produção científica na área de educação física que supera todo o período anterior em termos de volume de estudos. Neste sentido, muitas verdades intocáveis passaram a ser questionadas. E para dar mais ênfase a este movimento, recentemente uma pesquisa nos mostrou que o quadríceps tem mais um músculo.
Sabemos que o quadríceps é formado pelos músculos vasto lateral, medial e intermédio e o reto femoral. Porém, a ciência nos mostrou que um pequeno músculo também compõe este grupo muscular. A descoberta de um novo músculo causou grande repercussão no meio acadêmico e muitas discussões sobre a sua implicação em termos de treinamento.
Veja agora o que esta pesquisa nos mostra!
Pesquisa científica encontra novo músculo no quadríceps
Em um estudo de Grob (2016) publicado na revista clinical anatomy, podemos observar que há a incidência de um novo músculo na região do quadríceps, sendo que este portanto, é formado por 5 e não por 4 músculos.
Mas você deve estar se perguntando, como este músculo não foi descoberto antes? Como é que ele não havia sido visto antes? Aqui, vamos entrar em um ponto mais complexo, que é a classificação do que é um músculo. Mas trataremos deste assunto mais à frente.
O novo músculo descoberto foi batizado de tensor do vasto intermédio (TVI) e ele está localizado na porção proximal da coxa, muito próximo a região do quadril entre os músculos vasto intermédio e o vasto lateral.
Desta forma, ele é músculo que provavelmente tenha função em movimentos como extensão do joelho e de flexão do quadril conforme os demais músculos desta região. Porém o artigo citado aqui apresenta uma análise anatômica profunda, sendo que não temos muitos detalhes sobre a função específico deste novo músculo.
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Desta maneira, ainda necessitamos de mais estudos aprofundados para que seja possível entender de que forma isso irá afetar no desempenho esportivo.
Porém, para não achar que este é um estudo sem grande aplicação na prática ou que ainda não podemos ter definições claras sobre sua importância, tenho que delimitar algumas situações explícitas no estudo:
- O TVI tem um ventre muscular definido (sendo que em alguns cadáveres foi possível observar 2 ventres musculares);
- Sua inserção é feita através de uma longa aponeurose (uma espécie de tecido conjuntivo) se que funde a uma camada do tendão do quadríceps;
- Ao que o estudo indica, a origem deste músculo parece vir da inserção do glúteo mínimo e de forma conjunta, com o vasto lateral e o vasto intermédio.
É importante ressaltar que este é um estudo inicial, que foi feito com 26 cadáveres (peças dessa região) e encontrou o ventre muscular, apresentando uma inervação separada em 100% dos cadáveres.
Desta forma, podemos dizer com convicção que esta é sim a descoberta de um novo músculo, pois todas as características que são necessárias para classificarmos um músculo, são preenchidas.
Em termos práticos, ainda temos que esperar estudos mais aprofundados, para entender de que forma este músculo interfere no movimento humano e qual a sua real importância em termos de desempenho.
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Por enquanto, não podemos afirmar nada de maneira categórica, apenas que a ciência passa por constante evolução e que não podemos ter verdades absolutas. Bons treinos!
Referências:
GROB, K. A newly discovered muscle: The tensor of the vastus intermedius. Clinical Anatomy. 2016. Ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26732825