TREINO

Periodização flexível, o que é e como usar em seu treino?

O termo periodização flexível não é muito conhecido, mas é uma forma interessante de trabalho para alguns casos.

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Quem já treinou ou treina de forma organizada, periodizada, sabe que em alguns momentos, é bastante difícil seguir o planejado. É natural, afinal, somos pessoas que tem outros compromissos, onde imprevistos surgem.

Porém, em um modelo de periodização, como o linear, por exemplo, isso se torna um problema. Por isso, o conceito de periodização flexível é uma alternativa para muitas pessoas.

Veja bem, periodização flexível, como você verá mais a diante, não é desculpa para treinar de forma displicente. Na verdade, ela é uma outra forma de organização, fundamental para pessoas que tem dificuldades em seguir planejamentos mais lineares.

Esta também é uma forma de tornar os treinos diferentes, mais interessantes.

O que é periodização flexível?

A periodização flexível é uma forma de organização baseada no momento do aluno-praticante. Há um planejamento prévio do que precisa ser trabalhado e dentro da forma como o aluno se comporta e apresenta-se nos dias de treino, trabalhamos de uma forma mais adequada.

Por exemplo, imagine que você foi treinar e está feliz, com energia e motivado (a). Neste dia, tanto seus treinos, como os estímulos gerais, serão mais fortes, pois o ambiente e a motivação estão propícios para isso.

Se no dia seguinte, você está cansado (a) e desmotivado, trabalhamos com cargas mais baixas, submáximas e adequamos ao momento.

Naturalmente, quando adotamos uma periodização flexível, a divisão tradicional entre força, resistência e potência (falando em um sentido mais macro), precisa ser adaptada.

Afinal, não há como usar um treino de força máxima com uma pessoa que não apresenta um quadro de motivação para isso. No final, o treino não terá os efeitos esperados.

Leia também:
Periodização do treinamento – Conheça os diferentes tipos para a musculação

Como usar a periodização flexível na prática

Basicamente, podemos trabalhar de diferentes formas. O mais importante em uma periodização flexível é manter a qualidade do treino e não se deixar levar pela liberdade que ela proporciona.

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Por mais flexível que ela seja, o que precisa ser feito, deve ser executado. Caso contrário, ela vira apenas uma desculpa para não treinar de verdade.

O exemplo citado acima, onde trabalhamos com variações de intensidade e volume, é uma das formas de trabalhar com a periodização flexível.

Outra forma, é delimitarmos os objetivos gerais de cada microciclo (neste caso, semanas) e deixar o aluno optar, de acordo com seu estado, qual o melhor treino para aquele dia.

Podemos trabalhar com resistência muscular, força máxima, potência e outras qualidades físicas. Como o aluno tem a opção de escolher o enfoque do treino, ele acaba estando mais motivado.

Também podemos trabalhar com enfoques diferentes em determinadas semanas. Por exemplo, imagine um aluno que goste muito de treinar membros superiores. Em semanas mais “fáceis” ele treina o que não gosta (membros inferiores, abdômen, etc). Em semanas mais difíceis, ele treinar apenas o que gosta.

Esta é uma forma de organização e de manter a motivação por mais tempo. Em minha prática, uso este tipo de método para alunos com menos tempo e que tem dificuldades em manter seu treino por mais tempo. No final, é o método que acaba dando resultados, pois permite que o aluno continue treinando por mais tempo.

– Legal Sandro, o método é interessante. Mas e os resultados realmente acontecem?

Vale a pena usar a periodização flexível?

Desde já, saiba que métodos como o ondulatório e o linear, são mais eficientes. Conseguimos manipular melhor as cargas totais de treino, estabelecer mais prioridades e trabalhar de forma mais completa.

Portanto, se você é um atleta ou alguém que busca resultados muito acima da média, nem perca seu tempo com a periodização flexível. Ela não é para você.

Agora, se você é uma pessoa que apresenta dificuldades em manter a aderência a um treino de força, que tem uma rotina corrida e que quer apenas resultados “normais”, pode usar este método.

Toda a questão da periodização flexível gira em torno de quem vai utilizá-la. Ela não é indicada para qualquer pessoa. Uma pessoa que burla muito os treinos, que não consegue manter uma aderência mínima, que treina só vez ou outra, vai só piorar com a periodização flexível.

A periodização flexível também pode ser usada em momentos de transição, como uma estratégia.

Por exemplo, imagine que você está mudando de emprego ou de cidade, mas quer manter uma rotina de treinamento. Este é um momento interessante para usar uma periodização flexível, pois sua rotina é incerta e fica mais difícil seguir um planejamento.

Ela é uma estratégia muito interessante, mas que não se enquadra em qualquer situação. Precisamos sempre entender isso. Caso contrário, teremos perdas consideráveis de rendimento, menos resultados e a culpa, no final das contas, será do modelo adotado. Afinal, não temos como enquadrar qualquer situação em um modelo de solução, não é?

A periodização flexível serve para mim?

Primeiramente, você precisa entender seu perfil. Pessoas sedentárias, que estão começando a treinar, precisam de uma organização mais linear, mais direta. Este não é um método indicado para pessoas que possuam este perfil.

Também é um método muito complicado de ser usado por pessoas que não apresentem o acompanhamento de um bom profissional. Estas pessoas, tendem a treinar sempre em sua zona de conforto, sem progredir.

Porém se você já tem uma base de treino, sabe se policiar para alcançar bons resultados, este é um método ótimo.

Como já disse, em minha prática acabo adotando muito este modelo, pela falta de previsibilidade da rotina e do estado de ânimo de alguns alunos.

Naturalmente, com uma periodização flexível, teremos mais dificuldades em ter resultados muito elevados, como hipertrofia acima da média. Mas com organização e principalmente feeling do treinador, é possível alcançar excelentes resultados.

A periodização flexível, no final das contas, é uma forma de trabalhar que se baseia mais na forma como o treinador se organiza, do que em um método pré-determinado. Por isso, para usar a periodização flexível, é fundamental buscar o acompanhamento de um bom profissional.

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Bons treinos!

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Sandro Lenzi

CREF: 22643-G/SC Profissional de educação física apaixonado pelo desenvolvimento humano. Atuo como produtor de conteúdo, personal trainer e com consultoria online. Quer ter um treino personalizado? clique aqui.

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