Dentro do treinamento físico muitas dúvidas sempre foram bastante recorrentes.
Muitos estudiosos buscavam entender como ocorriam os processos que acabavam por melhorar não só questões fisiológicas e corporais, mas também o desempenho.
Buscavam entender o por que o treinamento produzia tais resultados e como tirar o melhor proveito do treinamento para que isso ocorresse.
Pois bem, uma das explicações que mais é aceita e que tem mais respaldo científico é a do fenômeno da supercompensação.
Nosso corpo se mantém em um estado conhecido como homeostase, onde está equilibrado e mantém uma estabilidade de mecanismos fisiológicos e metabólicos.
Qualquer alteração faz com que esta homeostase seja quebrada. Temperatura, alimentação, ambiente, stress, emoções e exercício físico são alguns dos fatores que mais influenciam na quebra da homeostase.
Essa quebra pode parecer algo ruim, mas é extremamente importante para nossa sobrevivência e para que sejamos mais resistentes.
É muito importante também que esta homeostase seja quebrada para que o corpo melhore suas funções fisiológicas e metabólicas, tornando-as mais eficientes.
Pois bem, quando executamos um exercício físico esta homeostase é quebrada e diversas reações ocorrem em nosso organismo, como elevação da PA, uso maior das reservas energéticas, elevação dos batimentos cardíacos e consequentemente da circulação. Resumindo, o exercício físico é um agente estressor dentro de nosso metabolismo.
Hipertrofia e aumento de força através da supercompensação
Quando nos exercitamos acima dos níveis que o corpo está adaptado, causamos diversos “agressões” ao organismo, como micro lesões musculares, quebra das reservas de energia e outros fatores. O corpo, no pós exercício então, busca repor e consertar o que o exercício causou.
Mas o corpo, numa atitude para manter sua sobrevivência não apenas repõe o que foi perdido e depletado, mas aumenta os níveis que tínhamos antes do exercício.
Essa é uma atitude de precaução do corpo, que muito provavelmente é um resquício da época das cavernas, onde a principal tarefa era manter a vida sob os agentes que a colocavam em risco.
De maneira bastante simplificada, é assim que ocorre o fenômeno da supercompensação e é dessa forma que o treinamento constante consegue aumentar os níveis fisiológicos e metabólicos, além de promover uma resistência cada vez maior.
Aplicando isso ao treinamento físico, podemos afirmar que de maneira simplória, é dessa forma que temos a hipertrofia, aumento da força e da resistência e todos os outros componentes.
Parece simples não é? Basta impor um estímulo mais elevado que teremos bons resultados não é? Pois bem, não é tão simples quanto parece.
Fatores como dieta, descanso e outros tem participação direta neste processo.
Além do mais, o controle para se aumentar os níveis nem sempre é fácil. A supercompensação se divide em 4 fases:
Fase 1: logo após aplicação do exercício, é quando o organismo experimenta a fadiga;
Fase 2: a recuperação ocorre acima do nível normal das reservas energéticas anteriores ;
Fase 3: recuperação completa, ocorre a supercompensação;
Fase 4: período ótimo para um novo estímulo, que caso não ocorra ocorrerá a chamada involução.
Assim, se um novo estímulo não for realizado durante a fase 4, ao invés de termos uma evolução, acabaremos tendo uma involução.
Além disso, se este novo estímulo for feito durante a fase 2 ou 3, também não teremos de fato uma evolução, pois o corpo ainda não esta completamente recuperado.
Aplicar e entender o fenômeno da supercompensação é fundamental para que os resultados sejam satisfatórios, independente dos objetivos e do que a pessoa for praticar.
Com isso fica evidenciado o quanto o treinamento físico tem relação com os períodos de descanso e que estes não podem de maneira alguma serem negligenciados durante o treinamento.
A partir dos 60 anos teria, ainda, alguns cuidados especiais para conseguir um bom progresso muscular?
bom dia!
Qual seria o tempo ideal para um novo estímulo ?
Vai depender muito da intensidade que esse músculo recebeu durante o treino…mas no mínimo 48 horas.
Criar uma periodicidade de treino com o tempo de recuperação mais curto poderia acelerar este processo? Exemplo: treina bíceps todos os dias.
Textos muito bem desenvolvidos !! adorei