Você sabe o que significa pump muscular? Veja o que é, como funciona e se ele é realmente importante para que ocorra a hipertrofia.
O mundo da musculação é cheio de termos diferentes e muitas vezes alguns destes confundem aqueles que não o conhecem, mas quem conhece certamente já ouviu falar na palavra “pump”.
Afinal, quem não gosta de terminar uma sessão de treino e já ver os músculos com um volume maior não é mesmo?
Por isso muitos praticantes de musculação buscam o pump muscular nas suas sessões de treino, pois acreditam que este indica que o treino foi efetivo e que este é o caminho para os resultados que tanto desejam.
Mas, isto será verdade ou apenas mais um mito? Veja abaixo o que diz a ciência entenda mais sobre o pump muscular.
O que é o pump muscular?
O pump muscular é aquele “inchaço” que se sente após realizar o treino, no qual ocorre o aumento momentâneo do volume do musculo.
Isso se deve especialmente por causa do aumento do aporte sanguíneo na região, o que é necessário devido a necessidade de aumentar os nutrientes no músculo que está sendo treinado.
Os treinos que trazem um maior pump são aqueles, nos quais há menor tempo de intervalo entre as séries e também são feitos com maior número de repetições e menor carga, pois há maior fluxo sanguíneo e de líquidos no músculo trabalhado.
Como funciona a hipertrofia?
Em primeiro lugar antes de dizer se o pump tem relação direta com a musculação é preciso entender de forma bem resumida como a hipertrofia funciona.
Segundo Prestes et.al. (2016) existem dois tipos de hipertrofia, a sarcoplasmática e a miofibrilar.
A hipertrofia sarcoplasmática ele descreve como uma mudança temporária do músculo, devido ao aumento do fluxo sanguíneo na região, sendo que isto se deve ao aumento de liquido nos espaços intersiticiais e intracelulares.
Porém, esta somente dura pouco tempo e o autor chama este tipo de hipertrofia de transitória, sendo assim o autor se refere ao pump muscular somente como uma adaptação transitória.
Já a hipertrofia miofibrilar segundo o autor é resultado de treinos com cargas maiores e são as que provocam mudanças crônicas e estruturais no tamanho das fibras musculares.
Também segundo o autor para que ocorra a hipertrofia é necessário que ocorram diversas reações bioquímicas que sejam capazes de estimular os mecanismos anabólicos que levem a síntese de proteínas.
Logo, a hipertrofia não é um processo simples e depende de diversas variáveis para que as reações ocorram e assim os resultados sejam os desejados.
O que diz a ciência sobre o pump muscular?
Na pesquisa de Hirono et.al.(2022) foi investigado o papel do pump muscular como indicador de hipertrofia, sendo assim foi feito um protocolo de treino utilizando 80% de 1RM com o exercício da cadeira extensora por um período de 6 semanas.
Após as 6 semanas foi observado que houve hipertrofia no músculo da coxa e o autor sugere que pode haver a possibilidade de relação entre o pump muscular e a hipertrofia.
Porém, segundo o autor, o pump pode ser um fator que auxilie na hipertrofia, todavia não é a única variável a ser considerada quando se fala em aumento de massa muscular.
Já no estudo de Fink, Kikushi e Nagasato (2016) o objetivo da pesquisa foi investigar os efeitos de diferentes tipos de protocolo de treino para poder mensurar os resultados que estes podem trazer em relação a hipertrofia.
Foram divididos dois grupos de pessoas, sendo que um grupo de pessoas realizou um protocolo de treino com um intervalo entre as series menor e com cargas menores.
Já o outro grupo utilizou um protocolo de treino com cargas maiores e com um tempo de intervalo maior.
Foi constatado que os dois tipos de treino trouxeram resultado em relação a hipertrofia, porém o primeiro trouxe maior estresse metabólico que o segundo.
Também foi constatado que o primeiro protocolo também teve maior aumento agudo de GH na primeira intervenção, embora segundo o estudo este aumento agudo não tem ligação direta com a hipertrofia.
Já a segunda intervenção, com maior carga houve maior ganho de força em relação a primeira.
Com um estudo parecido Schoenfeld et.al. (2016) buscou mostrar a eficiência de programas de treino com maiores intervalos em relação a protocolos com intervalo menor entre as séries.
As pessoas foram divididas em dois grupos, um que realizava o treino com intervalo mais curto (de até 1 minuto) e o outro grupo que teria maior intervalo entre as séries (até 3 minutos).
Foi constatado segundo esta pesquisa que treinos com maiores intervalos tendem a produzir ganho de força maior em relação ao treino com menor intervalo.
Também de acordo com a pesquisa houve maior ganho de hipertrofia no grupo que teve maior intervalo entre as series.
Então, segundo este artigo não é somente o treino que traz mais pump que necessariamente é o único que pode gerar uma hipertrofia considerável.
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Afinal, o pump é bom para a hipertrofia ou não?
Como mostraram as pesquisas acima o estresse metabólico é um dos fatores que contribuem para a hipertrofia.
Sendo que durante a periodização do treino é importante que se reserve espaço para este tipo de treino com a finalidade de otimizar os estímulos e trazer melhores resultados.
Embora o pump possa indicar que este tipo de treino foi bem sucedido no acúmulo de nutrientes no grupo muscular treinado, o pump sozinho não é um indicador de que serão obtidos bons resultados com o treino.
A hipertrofia não acontece de forma tão simples e como foi dito antes, ocorrem várias reações bioquímicas para que esta se concretize.
Somente realizar treinos que tenham como objetivo trazer maior pump não é o mais recomendável para ter os melhores resultados para hipertrofia.
É preciso treinar em diferentes faixas de repetição e que muitas vezes não sejam as mais indicadas para ter o melhor pump.
Um exemplo bem comum
Um exemplo disso são os treinos com mais cargas e mais intervalo de tempo, eles trazem resultados para hipertrofia e nem sempre causam um pump, mas dentro da periodização é uma rotina utilizada, com isso podemos afirmar que é possível ter resultados de hipertrofia, sem necessariamente ter um pump muscular durante o treino.
Concluindo então que não devemos sempre focar em pump muscular achando que é a única forma de hipertrofiar.
Portanto, para ter melhores resultados em hipertrofia é preciso ter um treino que esteja de acordo com as necessidades de cada pessoa.
Também é preciso que o treino seja planejado e estruturado para poder potencializar ao máximo os resultados de cada pessoa levando em conta diversos aspectos e variáveis que envolvem o treinamento.
Por isso, antes de iniciar qualquer treino é preciso consultar um profissional de Educação Física e assim obter orientação adequada para poder treinar de forma efetiva e segura.
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Bons treinos!