Nosso corpo tem uma incrível capacidade de adaptação, mas para que ela ocorra, é preciso que ele seja exposto a algum tipo de “dano”.
Desta maneira, o equilíbrio tem de ser quebrado, para que haja o fenômeno da supercompensação.
Este equilíbrio, no geral, está atrelado a homeostase. Não que a simples quebra da homeostase seja suficiente para quem quer melhores resultados em termos de musculação, afinal, existem outros fatores envolvidos.
A homeostase é definida como a capacidade que nosso corpo tem de manter-se regulado e com isso, em equilíbrio. Para que fique mais claro para você entender, imagine que agora, você está lendo este artigo, sentado ou deitado.
Seu corpo, provavelmente encontra-se em homeostase, com os batimentos cardíacos regulados, frequência respiratória e pressão arterial normais. Passamos grande parte da nossa vida neste estado, de homeostase.
Porém, se você levantar e ir para a academia treinar, seu corpo vai passar por exigências variadas, que vão quebrar esta homeostase. Mas então todo treino causa uma quebra de homeostase? De certa maneira sim. Porém a homeostase é um estado dinâmico, que sofre influencias do estilo de vida.
Veja, se você se mantém a vida todo sedentário, a homeostase que você tinha aos 20 anos é muito diferente da que você terá aos 40 anos. Entende? Da mesma forma, se você é um iniciante na musculação, terá uma quebra de homeostase diferente de um atleta.
Por isso, o termo quebra de homeostase precisa ser avaliado de acordo algumas situações. Veja como esta quebra pode ser feita e de que maneira ela influencia seu treino!
Quebra de homeostase, algumas maneiras de realiza-la!
Como a maioria dos iniciantes já possui este quadro de maneira fácil em seus treinos, vou focar em pessoas bem treinadas, que tem maiores dificuldades neste sentido. Vamos a algumas maneiras de quebrar sua homeostase e ter melhores resultados!
1. Use períodos de choque, seguidos de períodos recuperativos:
Vamos supor que você tenha um problema de desenvolvimento nos músculos peitorais.
Com uma boa base em sua periodização, podemos usar alguns períodos de choque para quebrar esta homeostase.
Por exemplo, você treinar alguns dias seguidos em alta intensidade e depois, descansa mais tempo para que ocorra a recuperação.
Estes períodos de choque podem ser tanto para determinados grupos musculares, como também para o corpo todo, com treinos mais intensos, seguidos de sessões submáximas. Tudo isso depende de seu controle de variáveis.
2. Alterne estímulos tensionais e metabólicos:
Ponto fundamental, seja para a quebra da homeostase ou qualquer outro objetivo. Neste artigo (Estímulos tensionais e metabólicos, entenda as diferenças), já explicamos cada um deles.
Esta alternância é muito importante, para que haja utilização de diferentes mecanismos que geram hipertrofia.
Além disso, ao usarmos diferentes estímulos, reduzimos as chances de lesão, já que não há a mesma sobrecarga tensional nas articulações. Se isso for bem aplicado e planejado, teremos muito mais facilidade em ter bons resultados, que serão sustentáveis em longo prazo.
3. Mexa nas variáveis:
Você treina sempre com 3 séries de 15 repetições, 1 minuto de intervalo e 3 a 4 exercícios por músculo? Seu corpo se adapta a isso e tem muito menos respostas em termos de hipertrofia e processos adaptativos.
Intervalos de descanso variados, volume e intensidade em cada exercício sendo modificados são a chave para a quebra da homeostase.
4. Mexa na dieta também:
Se a homeostase é um processo de ordem fisiológica, é lógico que a dieta está envolvida nele também! Modificar a ingestão calórica, o tipo dos nutrientes e os momentos em que você come, farão com que seu corpo saia da homeostase para que haja um processo adaptativo.
Existem algumas pesquisas que afirmam até que ficar algumas horas a mais sem comer é interessante, para causar um stress adicional no organismo (ainda sem grandes conclusões). Enfim, a dieta é um componente interessante para esse quadro!
5. Treine!
Parece clichê, mas muita gente que se preocupa com homeostase e platô de desenvolvimento, nem treina de verdade.
Qualidade nos movimentos, controle das variáveis e frequência é algo fundamental para quem quer ter bons resultados.
Muitas vezes, vejo gente preocupada com alguns fatores que deveriam ser secundários, pois elas nem fazem o básico.
A homeostase só se torna um problema para quem parou de se desenvolver, mesmo com dieta e treino bem alinhados.
Leia também: 5 Técnicas para quebrar seu platô de desenvolvimento e ter mais resultados
Perceba que tudo gira em torno de alguns pontos básicos. Se eles forem respeitados, seu treino vai dar certo! Não tem muito o que ser inventado, dieta, treino de qualidade e descanso, quando bem planejados e alinhados com suas necessidades, são o que trazem resultados.
Fora disso, não tem muito o que eu te falar. Por mais que muitos digam o contrário, nada substitui o conhecimento e a disciplina. Bons treinos!