Até algum tempo atrás, as pessoas acreditavam que a musculação era eficiente para quem queria “crescer” e os aeróbicos, para quem queria emagrecer. Pois bem, a ciência vem mostrando através de diversos estudos e práticas, que isso não passa de falácia.
Ou seja, existem inúmeras evidencias que o exercício aeróbico de longa duração é pouquíssimo eficiente para quem quer eliminar gordura e que a musculação é muito eficiente para tal objetivo, bem como os treinos altamente intensos e curtos. A razão para isso vai sempre passar pelo efeito compensatório!
A ideia de que o exercício aeróbico de longa duração seria mais eficiente para o emagrecimento, se baseava na ideia de que este tipo de exercício, tem como fonte energética prioritária a gordura. E em termos bioenergéticos, realmente é verdade.
Porém, temos que ter uma visão mais ampla quando pensamos em fisiologia humana. Verificar o que acontece com o corpo durante a prática do exercício pode ser uma visão limitada.
Temos que sempre pensar nas adaptações que irão correr depois que o corpo estiver voltado ao estado “normal” e estiver recuperando-se.
Neste contexto, fica evidente que apenas pensarmos na fonte energética prioritária de determinado exercício, é limitante, do ponto de vista do emagrecimento. Para que você possa entender melhor isso, vou explicar o que é o efeito compensatório!
Entenda o que é o efeito compensatório
Nosso corpo sempre vai tentar manter o equilíbrio em suas atividades metabólicas e fisiológicas. Para isso, ele lança mão de uma série de situações, para que seja possível mantê-las.
Desta maneira, o efeito compensatório nada mais é do que uma maneira que o corpo tem de manter seu controle sobre as questões bioenergéticas. Assim, Santos (2007) nos traz uma abordagem diferente.
Segundo ele, ao realizarmos uma atividade onde o substrato prioritário seja a gordura, como ocorre nos aeróbios de baixa intensidade e longa duração, o corpo irá usar outro tipo de substrato durante a fase de repouso e recuperação, para manter intactas as reservas de lipídios.
Resumindo em poucas palavras, o efeito compensatório acontece para que o corpo equilibre as reserva energéticas. Se ele usar demais um determinado substrato, ele vai buscar energia em outro, para compensar esta perda. Simples não é?
Isso explica o fato de que atividades intensas e de curta duração, sejam eficientes para o emagrecimento!
Independentemente se você estiver praticando musculação ou HIIT, sempre estará usando basicamente só carboidratos.
Ou seja, na recuperação destes exercícios, seu corpo irá usar basicamente outras fontes energéticas, principalmente a gordura!
Leia também: Depois da musculação, aeróbico ou HIIT para o emagrecimento?
Como já mencionamos em artigos anteriores, temos basicamente três fontes energéticas: carboidratos, gordura e proteínas.
Como sabemos que os músculos são formados por aminoácidos, base das proteínas, surge uma indagação: como não usamos mais proteínas como fonte energética no pós-treino? A resposta é simples!
As proteínas são usadas como fonte energética basicamente em esforços de curta duração, com o metabolismo anaeróbico. No seu pós-treino ou no dia a dia, a principal fonte energética que temos é a aeróbica!
Com isso, se você estiver alimentando-se corretamente, seu corpo vai priorizar a utilização de gordura como fonte energética!
Esta é mais uma das razões para que a dieta para o emagrecimento tenha alta qualidade e não apenas restrição calórica.
Desta forma, resumindo um acontecimento fisiológico imenso e altamente complexo, você se exercita usando prioritariamente os carboidratos como fonte energética.
Depois disso, o corpo entende que deve usar minimamente esta fonte energética, a fim de preservá-la.
Desta forma, através do metabolismo aeróbico, a principal fonte de energia passa a ser a lipídica. Assim, durante várias horas após o final de seu treino, seu corpo irá continuar usando gordura como fonte energética.
Já se você usar mais gordura como fonte energética durante seu treino, adivinha qual será a principal fonte energética? Isso mesmo, os carboidratos! Isso explica sob a visão da bioenergética o tão falado EPOC.
É lógico que para que isso ocorra, você vai precisar de um treino intenso e curto, que irá prioritariamente usar os carboidratos e a creatina como fontes energéticas.
Além disso, sua dieta precisa ser pensada para que este processo seja potencializado! Isso cabe a um bom nutricionista, que saberá identificar as quantidades necessárias de carboidratos para que o efeito compensatório ocorra com qualidade!
Esta é mais uma mostra de como os exercícios intensos e de curta duração são eficientes para quem busca o emagrecimento.
Ao contrário do que muitos ainda pregam, esta abordagem é baseada em evidencias e principalmente, em ciência e fisiologia!
Por isso, cabe a você acreditar ou não. Mas os resultados vão mostrar quem tem razão! Bons treinos!
Referências:
Santos, T.M. Modelos de entendimento do processo de emagrecimento. EFDeportes, Revista Digital – Buenos Aires – 2007.
Primeiro queria parabenizar o site por trazer conteúdos maravilhosos,estou viciada em ler os artigos. Comeceu a treinar em casa e em um mês minhas pernas e gluteos ja estão maiores e com alguma definição as pessoas estão perguntando o que tenho feito,porém no abdome eu tenho feito bastante addominal e nao vejo nenhuma diminuição da grordura,quando você diz Treino de curta duração,qual seria o tempo desse treino? Menos de 1h ?
Cristina,
Os exercícios abdominais auxiliarão na força abdominais, para que seus músculos “fiquem mais fortes”, aquele efeito “tanquinho” ou a definição será vista com a redução da gordura que está “cobrindo” os músculos… Intensifique os exercícios “no geral”, ou aumentando a intensidade no HIT, ou as séries, não sei o seu treino , mas a ideia é “queime” mais gordura e claro atenção a sua alimentação… + atividade física – ingestão calórica= redução de gordura corporal (algumas vezes no caso de treino de força) a redução de peso não será significativa, mas a definição da musculatura e redução de medidas será facilmente observada.
Sucesso e bons treinos.
Alexandra Fischer
Usei “aspas” para frisar a linguagem popular…