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Agachamento, descalço ou com tênis? Veja o que os estudos mostraram!

A complexidade do agachamento faz com que tenhamos a necessidade de compreender as formas mais efetivas de execução. Neste artigo, iremos falar sobre a questão de fazer o agachamento descalço ou com tênis.

Agachamento descalço ou com tênis

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Por mais que o agachamento seja um movimento totalmente natural do ser humano, quando o utilizamos dentro de uma estrutura de treinamento, ele é um dos movimentos mais complexos em termos motores e musculares. Neste sentido, ele precisa ser pensado de acordo com uma série de variáveis. Posicionamento de joelhos, quadril, tornozelo, manutenção das curvaturas da coluna e muitos outros. Tudo isso, se deixado de lado, acaba trazendo muitos problemas para a execução e em longo prazo, pode gerar lesões. Mas e o calçado usado, será que tem alguma influência?

É o que vamos analisar neste artigo! Já te adianto, é um tema amplo, complexo e que envolve muitas questões ligadas a individualidade. Não espere respostas prontas!

Função do tornozelo no agachamento

Dentro da estrutura do agachamento, o tornozelo realiza uma leve flexão plantar. Ou seja, temos uma flexão desta articulação. E este é um movimento que pode influenciar na mecânica do contexto todo.

Quanto maior a amplitude do agachamento, maior a tendência de flexão plantar. Isso é natural, afinal ajuda a equilibrar o movimento.

Partindo deste conceito, temos que buscar compreender que esta flexão plantar influencia diretamente em todo o resto do movimento. Por exemplo, se ela não for feita em totalidade, é natural retirar o calcanhar do chão. Em muitos casos, isso aumenta consideravelmente a compressão patelar. Em médio e longo prazo, isso pode gerar uma série de problemas articulares, sendo a condromalácia patelar a mais comum.

Mas isso tem mais uma ligação com a falta de flexibilidade em cadeia posterior (isquiotibiais, tríceps surral, glúteos e músculos lombares) do que com a mobilidade articular propriamente dita do tornozelo.

É lógico que se o seu tornozelo for “travado” e apresentar pouca mobilidade, isso influenciará no movimento como um todo. Mas isso pode ser resolvido com alguns exercícios específicos e educativos.

Mas e a questão do calçado (ou a não utilização do mesmo), será que influencia no agachamento?

O que a ciência diz sobre o fazer o agachamento descalço ou com calçado?

Se formos partir de uma análise visual, é lógico que aparentemente o agachamento descalço apresenta maior mobilidade articular. Não temos elementos externos para o movimento articular. Porém, da mesma forma não existem elementos que auxiliem na estabilização do tornozelo.

Mas o que isso influencia no agachamento propriamente dito?

Em um recente estudo de Southwell (2016) foram avaliadas 3 condições diferentes de agachamento:

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– Com tênis de corrida;

– Com calçados de levantamento de peso;

– Descalço.

Para este estudo, foram utilizados 24 levantadores de peso bem treinados, que realizaram o movimento com 80% da carga máxima.

Ao final do estudo, os autores não evidenciaram nenhuma diferença significativa no pico de torque na articulação do tornozelo.

Já em relação ao pico de torque no joelho, o maior pico foi quando os voluntários utilizavam tênis, quando comparado ao descalço. Na articulação do quadril, tivemos um pico de torque na condição descalça que foi significativamente mais elevada do que a condição de tênis.

O pico de torque na região lombar da coluna vertebral foi idêntico em todas as situações. Também foi possível verificar o que já era evidente, de que os indivíduos descalços conseguiram uma amplitude de flexão plantar mais elevada.

Todos estes são dados avulsos, que não nos ajudam em muito da forma como foram apresentados. Por isso, é fundamental interpretar de uma forma prática e técnica!

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O que este estudo quis dizer?

Várias coisas! A primeira delas é de que não há maior impacto e pico de torque no tornozelo, pelo fato de agachar descalço. Isso já vai contra algumas “verdades” que alguns pregam. Pensando neste sentido, em pessoas bem treinadas, não foi possível verificar diferenças.

Além disso, provavelmente por causa da maior amplitude de movimento do tornozelo, tivemos uma redução no pico de torque no joelho. Ou seja, para este tipo de público, o agachamento descalço apresentou muito menos impacto no joelho. Isso faz com que agachar descalço possa ser uma saída interessante.

Por outro lado, se tomarmos como base a articulação do quadril, veremos que o impacto foi mais elevado no agachamento descalço e menor no agachamento com tênis. Ou seja, uma pessoa que tenha problemas articulares ou de estabilização no quadril, pode acabar agravando o problema ao agachar descalço.

Veja como isso é complexo!

Uma simples modificação na estabilização do tornozelo, provoca esta série de reações no corpo. Mas por que será que isso ocorre?

As razões não ficaram explícitas, porém, é possível imaginar que por permitir uma maior mobilidade ao tornozelo, o agachamento descalço reduza o impacto no joelho.

Já pelo fato de que este mesmo agachamento tem menos estabilidade no controle do tornozelo, pois este fica mais “solto”, imagina-se que haja um maior impacto no quadril.

Mas e agora, como fazer?

Agachar descalço ou com tênis?

Precisamos entender alguns pontos. O estudo apresentado, foi realizado com cargas mais altas e pessoas bem treinadas. Se esse não for seu caso, a reprodução fiel destes resultados não irá acontecer.

Por exemplo, dificilmente iremos encontrar valores e resultados parecidos em alguém destreinado. Portanto, se este for o seu caso, não tome este estudo como referência.

Além disso, é importante destacar que existem fatores ligados a execução que também influenciam.

Treinamento não é receita de bolo!

O que podemos concluir, é que em casos de pessoas bem treinadas e que tem alguma limitação ou problema no joelho, ao executar o agachamento com altas cargas, seria interessante usar o agachamento descalço. Já para pessoas nesse perfil e que apresentam problemas no quadril, não é recomendado usar este tipo de agachamento.

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Existe um outro ponto a ser destacado. Quem não apresenta uma boa execução ainda, deve manter o movimento de preferência, calçado. Isso porque, sem o apoio de um calçado, há uma probabilidade maior de pronação, o que gera uma rotação interna do joelho. Além de ser um movimento ao qual fugimos da rota articular ideal, ainda temos perda de torque muscular. Por isso, nestes casos, o mais indicado ainda é usar um calçado adequado. Mas sempre lembrando, que isso tudo depende de sua individualidade, seu nível de treinamento e constituição física.

Por isso tudo, melhore sua execução no agachamento, busque aprimorar cada elemento. Flexibilidade muscular, mobilidade articular, equilíbrio, coordenação motora, força e muitos outros elementos, serão de fundamental importância para que você execute o agachamento da forma mais adequada.

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Veja que não há respostas prontas e que você precisa sempre priorizar pela qualidade. Isso vale tanto para o agachamento, como para qualquer outro movimento! Bons treinos!

Referências:
Southwell DJ. The effects of squatting footwear on three-dimensional lower limb and spine kinetics. J Electromyogr Kinesiol. 2016.  www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27770687

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Sandro Lenzi

CREF: 22643-G/SC Profissional de educação física apaixonado pelo desenvolvimento humano. Atuo como produtor de conteúdo, personal trainer e com consultoria online. Quer ter um treino personalizado? clique aqui.

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Um Comentário

  1. Tenho problemas no joelho e treinar descalça pra mim foi a melhor solução, não é igual pra todos, eu tenho excelentes resultados
    O chato é que sou a unica descalça da academia!! Hahahaha ,mas como vou para treinar e não desfilar, não me importo com olhares!

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