TREINO

Dor muscular de início tardio é normal?

Muitas pessoas dizem que se você não sentir dor depois de um treino, é sinal que ele não fez efeito. Mas será mesmo que a dor muscular de início tardio é de fato fundamental para o desenvolvimento da hipertrofia? Veja o que os estudos científicos dizem.

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A dor muscular de início tarde (DMIT) é muito comum em praticantes de musculação. Em muitas situações, tida como um marcador de efetividade do treino.

Mas será mesmo que sentir dor muscular de forma tardia, é fundamental para a hipertrofia? Porque ficamos doloridos? E como deve ser o treino, caso o músculo ainda esteja dolorido?

O que é e por que ocorre a dor muscular de início tardio?

Não é em vão que ficamos “doloridos”. Esse processo, de dor muscular de início tardio, pode ocorrer entre 1 a 3 dias, após o estímulo (treino).

Diversos autores como Neto et al (2006), Bompa (1994), Mcardle (1998) e outros acreditam que o surgimento destas dores é um processo de adaptação fisiológica do organismo, o que torna o músculo mais resistente aos exercícios seguintes. Concordando com tal conceito, Tricoli (2001) afirma que:

A dor muscular de inicio tardio se caracteriza por ser uma sensação de desconforto muscular, que é originada a partir do término do treinamento, e alcança seu ápice entre 2 e 3 dias posteriormente, e desaparecendo totalmente cerca de 7 dias após a prática de tal exercício físico. É lógico que isso tudo depende de fatores como intensidade, nível de treinamento, nutrição e descanso’’

De forma geral, as causas das dores musculares pós-treino, são microtraumas mecânicos, induzidos pelo exercício.

Existem pelo menos 6 mecanismos que mostram como estes microtraumas ocorrem. São elas:

  • Ação tardia do ácido lático.
  • Espasmo muscular.
  • Dano ao tecido conjuntivo.
  • Dano muscular
  • Inflamação.
  • Teorias de efluxo enzimático.

Não vou me aprofundar em nenhuma delas, porque o que você precisa ter claro é: as dores musculares são resultados de microtraumas no tecido muscular. Estes microtraumas não são algo ruim e são estes que geram as adaptações importantes para a hipertrofia.

Além disso, geralmente a dor muscular de início tardio é resultado de pelo menos 2 a 3 mecanismos, acima citados.

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Dificilmente, será por apenas um deles!

A teoria dos microtraumas mecânicos, que segundo Foschini e colaboradores (2007) propõe que há, devido ao exercício físico, um enorme rompimento dos componentes das fibras musculares, como o sarcolema, os túbulos t, e principalmente a linha Z, que é muito utilizada nas contrações.

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Enzimas como a creatina e o lactato, são utilizadas para verificar e apontar os danos causados por esses traumas.

Importante ressaltar: o ácido lático é um causador de microlesões, mas ele é rapidamente expelido pelo corpo, ao final da atividade (em até 4 horas).

O que causa as dores são de fato, as microlesões.

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Sentir dor muscular é sinal de que o treino foi bom?

Não necessariamente. O primeiro ponto: a dor muscular pós-treino é muito individual. Há pessoas que sentem mais. Outras, sentem menos.

Além disso, na maior parte dos casos, com o ganho de condicionamento e melhora da eficiência na execução dos exercícios, é comum que as dores musculares diminuam.

Treinos novos ou estímulos ao qual não se está adaptado, costuma trazer mais dores. É natural e explicado pela teoria dos microtraumas teciduais (quanto menos adaptado o músculo é a aquele estímulo, mais ele tende a sofrer microtraumas).

Agora, usar os microtraumas como marcador de intensidade ou eficiência do treino, ou seja, sentir dor depois da musculação, é um erro.

Você pode ter tido um treino intenso, com carga adequada, bem executado e não sentir dor muscular. Ou então, pode sentir dor muscular porque o treino não foi bem montado e a carga de trabalho estava errada.

O resultado do treino de musculação não pode e nem deve ser medido pela dor muscular. Há várias outras formas de avaliação.

Então, se você sentir dor e o treino foi bem feito, ótimo! Se não sentiu, também não há problema. Isso, de forma alguma, significa que o treino não foi eficiente.

Estou com dor muscular do treino anterior. Posso treinar novamente o mesmo músculo?

A dor muscular de início tardio, causa uma série de sintomas. A dor em si, além da redução de amplitude de movimento (o fuso muscular “trava” mais cedo, para preservar mais fibras), redução de força, entre outros.

Neste caso, se o músculo ainda está muito dolorido, é natural que o treino seja muito menos eficiente.

O que se pode fazer, nestes casos, é treinar com baixa intensidade e cadência controlada. Isso fará com que o músculo receba mais aporte sanguíneo e consiga melhorar.

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Como reduzir a dor muscular pós-treino?

A dor, em muitos casos, é natural e esperada. Se ela surgir, você pode alongar os músculos doloridos, ou fazer exercícios leves com eles. Isso irá melhorar a vascularização e consequentemente, ajudará a retirar os metabólitos da inflamação.

Praticar exercícios aeróbicos leves, também pode ajudar, pelos mesmos motivos acima citados. Banho frio logo após o treino e quente em caso de dores, também ajuda na vascularização.

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O que você deve evitar sempre, é o consumo de medicamentos contra dor muscular.

Como citado, a dor muscular de início tardio é natural e normal. Ao ingerir medicamentos, você inibe uma série de mecanismos fisiológicos, que vão atuar na melhora da sua condição muscular e até da hipertrofia.

Por isso, não é uma boa ingerir este tipo de medicamento. Só irá te atrapalhar!

No geral, a dor muscular de início tardio vai diminuindo com o tempo e a melhora do condicionamento. Por isso, é fundamental treinar de forma adequada e contínua.

Sempre treine com orientação de um bom profissional. Bons treinos!

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Sandro Lenzi

CREF: 22643-G/SC Profissional de educação física apaixonado pelo desenvolvimento humano. Atuo como produtor de conteúdo, personal trainer e com consultoria online. Quer ter um treino personalizado? clique aqui.

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