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Hipóxia no treinamento de força, quais os efeitos fisiológicos?

A hipóxia no treinamento de força é uma estratégia eficiente para determinadas situações. Mas no geral, é preciso entender quais são os seus efeitos.

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Créditos: Trainingmask.com
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O treinamento de força tem diferentes objetivos e métodos, sendo que cada um destes, tem respostas fisiológicas variadas. No caso do treinamento em hipóxia, usamos estratégias para que a oferta de O2 seja menor do que em situações normais. Como o oxigênio é fundamental para grande parte das reações que temos em nosso organismo, as respostas ao treinamento são bem específicas.

No geral, o treino em hipóxia é realizado com a utilização de uma máscara específica, que reduz a quantidade de O2 disponível, de maneira que esta condição se assemelha em muito com o treinamento em elevadas altitudes.

Desta maneira, um treino onde usamos a máscara de hipóxia é muito mais desgastante do ponto de vista fisiológico do que um treinamento natural. Além disso, as respostas que são exigidas do corpo para que ocorra a recuperação também tendem a ser mais acentuadas.

Mas para entender de maneira mais adequada tudo isso, é preciso saber quais são as principais respostas fisiológicas ao treinamento em hipóxia!

Treinamento de força em hipóxia, o que acontece com seu organismo?

Ao reduzir a quantidade de oxigênio ofertada ao organismo, tornamos o treinamento de força muito mais extenuante. Como o oxigênio é levado pela circulação aos pulmões, onde é redistribuído, temos então a primeira adaptação ao treinamento em hipóxia neste órgão. Como as trocas gasosas ocorrem nos bronquíolos. Com o treinamento em hipóxia, o corpo se vê “obrigado” a aumentar a eficiência destes mecanismos, para manter a atividade fisiológica preservada. Com isso, melhoramos fatores como o Vo2 máximo.

Além disso, para receber mais oxigênio e nutrientes, os vasos capilares precisam aumentar sua incidência sobre os músculos, para que estes cheguem com maior eficiência. Existem outras implicações, como aumento da capacidade cardiorrespiratória, melhora da difusão de oxigênio e outros.

Tudo isso é muito interessante, principalmente para questões de preparação física em atletas. Modalidades de solicitação mista, como é o caso do MMA, tem grandes benefícios com o treinamento em hipóxia. Mas em termos de hipertrofia, este método de treino causa algum efeito? É o que vou explicar!

Treinamento em hipóxia, como ele afeta a hipertrofia?

Desde que começaram os estudos em relação ao treinamento com oclusão vascular, temos diferentes linhas de pesquisa. Porém, ficou claro que o estresse metabólico causado por métodos como o Kaatsu training ou o treino em hipóxia, é um importante fator para a hipertrofia. Neste sentido, uma das explicações mais plausíveis para o método é justamente a diminuição da oferta de oxigênio, que segundo pesquisas (Gentil, 2014) estaria associada ao processo hipertrófico.

A partir daí, houve um questionamento importante! Muitas pessoas que entram involuntariamente em estado de hipóxia apresentam perdas de massa muscular, como é o caso de montanhistas e pessoas com problemas pulmonares.

Para responder isso, em um estudo de D’Huls (2013), 15 jovens tiveram seus metabolismos avaliados em condições de hipóxia e com oferta normal de oxigênio. Os resultados mostraram que a situação de hipóxia promoveu o aumento da síntese proteica e reduziu sinais de catabolismo.

Desta forma, a redução de massa muscular que é dada por ambientes de baixa oferta de oxigênio, provavelmente ocorre por outros fatores, como dieta e falta de atividade física.

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Mas isso não significa que você deva sair agora e comprar uma máscara de hipóxia. Estes resultados são bastante interessantes, mas é preciso um certo cuidado. Usar este tipo de treinamento com constância pode desenvolver problemas circulatórios e pulmonares. Além disso, é preciso levar em conta a questão da alternância de estímulos. Se você treinar sempre em hipóxia, logo os efeitos tenderão a se tornarem menos efetivos.

O treinamento de força em hipóxia é uma boa saída para determinadas situações, mas precisa ser aplicado com método e com responsabilidade. Caso contrário, o custo-benefício dele não é vantajoso e os riscos são elevados.

Jamais use este tipo de treino sem o acompanhamento de um profissional de educação física devidamente habilitado. Além disso, tome cuidado com os excessos. Seu corpo precisa ser estimulado na dose certa, caso contrário, os efeitos negativos sobrepujam os positivos! Bons treinos!

Referências:
D’Hulst G, Effect of acute environmental hypoxia on protein metabolism in human skeletal muscle. Acta Physiol (Oxf). 2013.

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Sandro Lenzi

CREF: 22643-G/SC Profissional de educação física apaixonado pelo desenvolvimento humano. Atuo como produtor de conteúdo, personal trainer e com consultoria online. Quer ter um treino personalizado? clique aqui.

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